No meio disto tudo, os únicos contentes com o que aconteceu no Chipre devem andar pela sede do Bloco de Esquerda: finalmente um imposto sobre as grandes fortunas como deve ser.
Não é tanto uma questão de ir atrás das grandes fortunas ou não. 100k no banco não me parece uma grande fortuna se quiseres a minha opinião sobre isso.
Tem mais que ver com ter um verdadeiro mercado liberal onde nada é demasiado grande para falhar. Os bancos devem poder falhar e se há leis comunitárias que protegem os depósitos até aos 100k então qualquer pessoa com um depósito acima desse valor deve fazer um seguro para esse depósito ou mudar de banco.
Infelizmente parece que o sector da banca não é dos mais transparentes e uma situação destas pode surgir de um momento para o outro. É por isso que este sector deve ser mais regulado porque a transparência nunca será uma alternativa.
Considerando que os bancos entraram em falência, fica simples de entender.
Olá,
Compreendo a frustração com os acontecimentos de Chipre mas não entendi ainda que solução propunhas para uma situação em que era impossível ninguém sair a perder.
Por exemplo, em Portugal, quem aplicou o seu dinheiro a prazo no BPN em 2007 usufruiu de taxas de 7% quando a média dos restantes bancos era 3%. Investiu o seu dinheiro num banco que não tinha hipótese de honrar os depósitos nem esses juros e recebeu por inteiro, pagamos nós.
No caso de Chipre o problema era infinitamente maior relativamente ao produto, quem sugeres que assumisse o prejuízo? O estado de Chipre, ficando com uma divida enorme, eterna e impagável? Os contribuintes europeus, ignorando que Chipre continuou a ser um paraíso fiscal alheio às políticas fiscais do resto da Europa e à sua própria sustentabilidade?
Muita coisa vai mal na Europa, mas sinceramente não consigo ter simpatia pela bancarrota de um estado onde praticamente não se paga impostos, tendo em conta o esforço fiscal que se está a fazer na Europa para estancar as dividas soberanas.
Como escrevi noutro post, boa parte do problema foi criado pela própria UE que decidiu o haircut à dívida grega, à qual estes bancos estavam especialmente expostos e que foi vendido como uma medida milagrosa sem consequências.
Pode-se sempre argumentar que a sobreexposição dos bancos gregos era um disparate e que os bancos não deviam ter apostado tanto em dívida grega e que foram irresponsáveis. Mas isso não eclipsa que tal só foi um problema com a operação das instituições europeias que “salvaram” a Grécia para tramar o Chipre.
Como também já disse noutro post a questão aqui é também o efeito noutros países e no sistema bancário europeu.
E para complementar, e como ainda por cima repetiste a menção ao bloco de esquerda, devo dizer que o que se passou não tem nada a ver com um processo “comunista” mas sim um processo capitalista onde as empresas privadas podem falir mesmo que sejam bancos e quem sofre os prejuízos são os donos e os investidores.
Tentar salvar todos os bancos com dinheiros públicos isso sim pode ser uma prática de regimes comunistas porque numa economia de mercado não é isso que deve acontecer por regra; infelizmente os precedentes acumulam-se pela Europa e o primeiro caso em que se faz como se deve fazer choca o mundo.
Proteger os depósitos de menos de 100k€ parece-me mais que suficiente em termos de protecção social para as consequências destas falências. Se se tivesse aplicado uma pequena taxa também não faria mal pois todos os depósitos em chipre foram remunerados nos últimos anos a taxas superiores ao resto da Europa e sem pagarem imposto sobre os juros como acontece nos outros países, logo uma taxa que equivalesse ao excesso de rentabilidade desses depósitos não me faria confusão.
E já agora, o haircut da divida grega já tem mais de um ano, duvido muito que seja a única causa destas falências, e se for já tinham tido tempo para tentar resolver o problema de forma mais suave, talvez com impostos como nos outros sítios. Deixar andar até os bancos não poderem sequer abrir e culpar algo que aconteceu há mais de um ano parece-me que não diz tudo o que se passou.
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Não é tanto uma questão de ir atrás das grandes fortunas ou não. 100k no banco não me parece uma grande fortuna se quiseres a minha opinião sobre isso.
Tem mais que ver com ter um verdadeiro mercado liberal onde nada é demasiado grande para falhar. Os bancos devem poder falhar e se há leis comunitárias que protegem os depósitos até aos 100k então qualquer pessoa com um depósito acima desse valor deve fazer um seguro para esse depósito ou mudar de banco.
Infelizmente parece que o sector da banca não é dos mais transparentes e uma situação destas pode surgir de um momento para o outro. É por isso que este sector deve ser mais regulado porque a transparência nunca será uma alternativa.
Considerando que os bancos entraram em falência, fica simples de entender.
Para ser inteiramente justo devia abranger os empréstimos acima de 100 mil euros.
Olá,
Compreendo a frustração com os acontecimentos de Chipre mas não entendi ainda que solução propunhas para uma situação em que era impossível ninguém sair a perder.
Por exemplo, em Portugal, quem aplicou o seu dinheiro a prazo no BPN em 2007 usufruiu de taxas de 7% quando a média dos restantes bancos era 3%. Investiu o seu dinheiro num banco que não tinha hipótese de honrar os depósitos nem esses juros e recebeu por inteiro, pagamos nós.
No caso de Chipre o problema era infinitamente maior relativamente ao produto, quem sugeres que assumisse o prejuízo? O estado de Chipre, ficando com uma divida enorme, eterna e impagável? Os contribuintes europeus, ignorando que Chipre continuou a ser um paraíso fiscal alheio às políticas fiscais do resto da Europa e à sua própria sustentabilidade?
Muita coisa vai mal na Europa, mas sinceramente não consigo ter simpatia pela bancarrota de um estado onde praticamente não se paga impostos, tendo em conta o esforço fiscal que se está a fazer na Europa para estancar as dividas soberanas.
Como escrevi noutro post, boa parte do problema foi criado pela própria UE que decidiu o haircut à dívida grega, à qual estes bancos estavam especialmente expostos e que foi vendido como uma medida milagrosa sem consequências.
Pode-se sempre argumentar que a sobreexposição dos bancos gregos era um disparate e que os bancos não deviam ter apostado tanto em dívida grega e que foram irresponsáveis. Mas isso não eclipsa que tal só foi um problema com a operação das instituições europeias que “salvaram” a Grécia para tramar o Chipre.
Como também já disse noutro post a questão aqui é também o efeito noutros países e no sistema bancário europeu.
E para complementar, e como ainda por cima repetiste a menção ao bloco de esquerda, devo dizer que o que se passou não tem nada a ver com um processo “comunista” mas sim um processo capitalista onde as empresas privadas podem falir mesmo que sejam bancos e quem sofre os prejuízos são os donos e os investidores.
Tentar salvar todos os bancos com dinheiros públicos isso sim pode ser uma prática de regimes comunistas porque numa economia de mercado não é isso que deve acontecer por regra; infelizmente os precedentes acumulam-se pela Europa e o primeiro caso em que se faz como se deve fazer choca o mundo.
Proteger os depósitos de menos de 100k€ parece-me mais que suficiente em termos de protecção social para as consequências destas falências. Se se tivesse aplicado uma pequena taxa também não faria mal pois todos os depósitos em chipre foram remunerados nos últimos anos a taxas superiores ao resto da Europa e sem pagarem imposto sobre os juros como acontece nos outros países, logo uma taxa que equivalesse ao excesso de rentabilidade desses depósitos não me faria confusão.
E já agora, o haircut da divida grega já tem mais de um ano, duvido muito que seja a única causa destas falências, e se for já tinham tido tempo para tentar resolver o problema de forma mais suave, talvez com impostos como nos outros sítios. Deixar andar até os bancos não poderem sequer abrir e culpar algo que aconteceu há mais de um ano parece-me que não diz tudo o que se passou.